segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Uma relíquia

The Needlewoman's Prayer

God grant that I may see the stitch
Until my dying day,
And when my last short thread is clipped
And scissors tucked away,
The work that I have done live on
That other folk may see
The pleasure I have known, Lord,
In the skills you gave to me.

-Anonymous-


Verdadeira relíquia, essa oração criada no século XIX. Traduzida, seria mais ou menos assim:


ORAÇÃO DA BORDADEIRA*

Deus, permita que eu possa ver os pontos
até o dia da minha morte.
E quando eu cortar a linha pela ultima vez
e guardar minhas tesouras,
que o trabalho feito por mim permaneça
para que outras pessoas possam saber
o prazer que conheci, Senhor,
nos dons que Vos me destes.

(anônimo)

*usei a palavra bordadeira para significar qualquer pessoa que faça uso de agulhas em seu trabalho.
Fonte:
http://www.quiltersmuse.com/redwork_traditions/redwork_traditions_introduction.htm

sábado, 15 de setembro de 2007

Cacto


Minha irmã estava para jogar um vaso com um cacto sem graça que nunca dera uma só flor. Fiquei com muita pena do coitado e o adotei. Nove anos se passaram e ele lá, parado, cheio de espinhos. Eu olhando pra ele, ele olhando pra mim. Nada! Algumas vezes eu o ameaçava. Ou gerava uma flor, ou ia pra rua. Mas nunca tive coragem de cumprir as ameaças. Uma manhã, sem o menor aviso, o cacto me surpreendeu quando desci as escadas para o café da manhã. Fiquei paralizada olhando a flor, com medo de me mexer e ela se desfazer no ar. Fui me aproximando para olhar uma verdadeira cascata colorida que brotava do centro da flor. Uma chuva de cores delicada , fina, mágica me fazendo chorar de emoção.

De repente, o desespero: uma amiga estava com a minha câmera e não devolvia nunca. Liguei, pedi, mas ela não me atendeu e a flor murchou. Guardei na memória aquela presença encantada por mais quatro anos. Nada de uma segunda flor. Até que, pela segunda vez, a flor apareceu. E assim tem sido pelos últimos três ou quatro anos. A cada ano, faço novas fotos. Salvo no computador, faço backup, salvo de novo.

É sempre esse o presente de fim de ano que eu tenho certeza que vou receber e agradecer.

Meditação


Enquanto eu meditava, a cinza se esqueceu de cair e enrolou-se em si mesma, assim como eu!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

maravilhoso

Se existe alguma coisa a invejar é essa facilidade de tecnologia a preço baixo que as americanas têm. Ainda precisamos trilhar um longo caminho até que a indústria em seus vários setores perceba o potencial de nossas artistas e artesãs. A indústria textil, principalmente, precisa evoluir no sentido de perceber que raramente as mulheres brasileiras compram tecidos para roupas. Assim, se dedicassem parte de suas criações à industria de vestimenta e outra parte à do artesanato, teriamos mais tecidos para patchwork e melhores preços.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Wedding ring

tao dificil, mas tao facil

domingo, 8 de julho de 2007

Quilt Block of the Month #2

Veja na segunda parte do video uma fantástica a maneira de fazer uma fronha

Thangles demonstration video

ferramenta muito interessante

quinta-feira, 5 de julho de 2007

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O começo que não tem fim ou ... simplesmente SAUDADE

E assim tudo começa... Lavar todos os tecidos para que encolham antes de costurados e também verificar se soltam tinta.

Falando assim parece a coisa mais sem graça e técnica, pra dizer o mínimo. Mas nem tudo o que parece é!
O assunto de molhar, estender, esperar secar e recolher esses pedaços de cores é muito mais sério e poético do que se possa imaginar. Pode levar horas, agradáveis, lindas mesmo.

Vejam, por exemplo, o que foi estender esses tecidos todos numa manhã maravilhosa de final de outono. Com direito a céu azul e vento brincalhão, esses panos me levaram a uma doce viagem ao passado.

Quantas manhãs da minha vida passei correndo pelos labirintos formados por roupas coloridas que esvoaçavam nos varais do meu quintal não me lembro. Só me lembro da felicidade que era correr, ora na frente ora atrás da minha irmã menor, com os braços estendidos, abrindo caminho entre os panos. Se estavam molhados, a alegria era maior por causa do frescor dos respingos no rosto.


Riamos tanto que, com o tempo, as pernas começavam a bambear e, infalivelmente, acabávamos caídas uma ao lado da outra, às gargalhadas, já antecipando a briga da mãe. É que, também infalivelmente, derrubávamos roupas recém lavadas, quando não arrebentávamos as cordas.

Mas, as cordas eram sempre consertadas, as roupas sempre dependuradas, o vento sempre soprava, o sol sempre brilhava e nós, as meninas, começavamos tudo de novo...

domingo, 3 de junho de 2007

ALICE E A MANTA

DIÁRIO - a manta

MANTA PARA MINHA ‘PRIMEIRA NETA’

Como eu já havia previsto e prevenido, esse diário jamais será diário. Só venho aqui quando e se posso, ou quero. Movem o diário principalmente as razões para vir, não as obrigações de vir.

A razão dessa vez é a manta que dei a essa menininha linda, filha de um casal de amigos de meus filhos. Quando ela nasceu, além da alegria de sua chegada, fiquei muito emocionada quando o pai dela me trouxe a sua primeira foto e disse: "Olha, não é linda a sua primeira neta?" Ou seja, fui autorizada por ninguém menos que seu pai a ser uma de suas avós. E aceitei!

A manta começou quando confirmei minha suspeita de que o bebê seria menina. Foi todo um processo de escolher cores, tecidos, linhas. Depois, criar o desenho,escolher borboletas, passarinhos,bonecas... cada etapa antecipando o resultado. A delicadeza do trabalho foi a mesma que eu tive quando segurei Alice pela primeira vez e ela me encarou longamente e sorriu. A alegria de executar a manta foi então superada. Ter Alice no colo foi um momento muito feliz e especial.

Dizem os pais que ela gosta muito de ficar olhando os desenhos. Só espero que ela sinta o amor que coloquei em cada ponto dado à mão, cada aplicação, cada momento dedicado a ela.

ALICE, a dona da manta